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Após a exibição da reportagem em rede nacional neste domingo (14) sobre o esquema de escutas telefônicas clandestinas da Polícia Militar, que supostamente monitoravam políticos, jornalistas, médicos e advogados em Mato Grosso como ‘criminosos’,  denunciadas pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, é explicada em entrevista na rádio Capital, na manhã de segunda-feira (15), de que a atitude não é uma briga pessoal contra o governador Pedro Taques (PSDB), muito menos ainda de influir por vaga na Procuradoria Geral do Estado (PGE), mas uma tentativa de evitar que Estado volte a ser regido por ‘coronéis’, falou Mauro Zaque.

“Com relação de influir na questão da procuradoria, se tivesse acontecido, o que não aconteceu, se eu fosse influenciar por alguém, seria pela doutora Eliana Maranhão o que seria legítimo”. Mauro Zaque ainda reforça, que o foco deste fato não deve ser a indicação na PGE e sim o agravamento com o esquema de espionagem, conhecido por barriga de aluguel, que provavelmente teria o conhecimento do governador Pedro Taques desde 2015.

“Não podemos priorizar o acessório em detrimento do principal, o que se cuida hoje em Mato Grosso é investigar com profundidade, com concretude necessária esses fatos graves (dos grampos clandestinos) que foram levados ao conhecimento das autoridades competentes”.

Em nota divulgada para imprensa, o promotor Mauro Zaque ainda explica que apresentou a documentação probatória dos fatos ao governado Pedro Taques, no início de outubro de 2015, solicitou exoneração imediata dos possíveis envolvidos e governador não atendeu, então resolveu deixar o Governo e retornar ao Ministério Público Estadual (MPE). Após arquivamento do MPE por falta de provas, Zaque disse que submeteu fazer a denúncia na Procuradoria-Geral da República em janeiro de 2017,“Eu tinha que encaminha não podia me calar diante de uma coisa dessas”.

Leia a nota na íntegra

 Sobre os últimos acontecimentos, preciso considerar os seguintes pontos:

  1. Enquanto Secretário de Segurança, tomei conhecimento da possível existência de grampos clandestinos sendo operados por agentes públicos ligados ao executivo;
  2. Promovi uma checagem inicial e constatei que realmente autoridades, advogados, autônomos, políticos poderiam estar sendo vítimas desse esquema criminoso;
  3. Com documentação probatória, levei os fatos ao conhecimento do Governador Pedro Taques no início de outubro de 2015, ao mesmo tempo em que solicitei a exoneração imediata dos possíveis envolvidos;

(Solicitar a exoneração daqueles possíveis envolvidos em uma situação criminosa gravíssima como essa, longe de se configurar extorsão, constitui DEVER de todo agente público.)

  1. Ao perceber que o Governador Pedro Taques não iria exonerar tais pessoas, decidi então deixar o Governo e retornar ao MP;
  2. Cumpri com o meu dever de Secretário, de Promotor e de cidadão. Não investiguei ou sequer acusei ninguém. Submeti à apreciação de sua Excelência o Procurador-Geral da República para as providências que entender pertinentes.
  3. Eu jamais me permitiria pactuar com ações tão rasteiras, covardes e, por que não dizer, criminosas (grampear advogados, políticos, etc…).

Finalmente, tais atos constituem um atentado contra toda a sociedade, devem ser investigados em sua plenitude e responsabilizados os autores com todo rigor.

Este é um momento sombrio que manchará para sempre a história de Mato Grosso.

 Da Redação RCIN